Nosso
trabalho

A Articulação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (APIAM) atua com base em quatro grandes eixos estruturantes que orientam estratégias, projetos, mobilizações e decisões político-organizativas.

Esses eixos expressam a defesa contínua dos direitos indígenas, o cuidado com os territórios, o fortalecimento das organizações de base e o reconhecimento das diversas formas de conhecimento indígena.

Eixo 1

Fortalecimento das Organizações e Promoção dos Direitos Indígenas

Este eixo tem como foco consolidar a APIAM e suas organizações de base como referência política no Amazonas. Busca garantir o respeito aos direitos indígenas, ampliar a participação dos povos nos espaços de decisão e proteger as lideranças que atuam na linha de frente da defesa territorial e de direitos.

  • Governança e fortalecimento institucional: apoio à gestão interna, organização administrativa e autonomia das organizações.
  • Direitos Indígenas e Articulação de Políticas Públicas: incidência em políticas, defesa de direitos garantidos constitucionalmente e diálogo com governos.
  • Proteção das lideranças indígenas: segurança, visibilidade e respaldo às lideranças ameaçadas ou em situação de risco.
  • Formação Técnica e Política: capacitação e formação de quadros jovens, lideranças e organizações de base.
  • Mobilização, Incidências e Advocacy: construção de agendas políticas e atuação estratégica em pautas prioritárias para os povos indígenas.

Eixo 2

Gestão Territorial e Ambiental

Tem como objetivo fortalecer a defesa dos territórios como espaços de vida, cultura e espiritualidade. Apoia a construção e implementação de políticas ambientais e climáticas a partir das perspectivas dos povos indígenas, assegurando a demarcação, proteção e monitoramento das terras.

  • Política Ambiental e Climática: participação qualificada em debates sobre clima, floresta, biodiversidade e políticas de conservação.
  • Demarcação de Terras e Mecanismos de Proteção: defesa da demarcação, vigilância territorial e estratégias de monitoramento e segurança.
  • PGTAs e Planos de Vida: elaboração, fortalecimento e implementação dos Planos de Gestão Territorial e Ambiental e dos Planos de Vida, orientados pela autonomia e visão de futuro dos povos indígenas.

Eixo 3

Sociobioeconomia e Soberania Alimentar dos Povos Indígenas

Promove sistemas produtivos sustentáveis, valorizando saberes tradicionais, cadeias produtivas indígenas e o alimento como patrimônio cultural e base de autonomia dos povos. Apoia o desenvolvimento econômico que respeite o território, garanta renda e fortaleça modos de vida.

  • Sustentabilidade e geração de renda: iniciativas comunitárias de produção, manejo sustentável e economia indígena.
  • Mapeamento e valorização dos alimentos tradicionais: reconhecimento e registro da diversidade alimentar produzida nas comunidades.
  • Processamento e circulação dos alimentos: fortalecimento do beneficiamento, conservação e comercialização respeitando ciclos e práticas tradicionais.
  • Sociobioeconomia e conservação da biodiversidade: manejo ético dos recursos naturais e proteção da biodiversidade como fonte de vida e conhecimento.

Eixo 4

Valorização das Ciências Indígenas

Reconhece e protege os conhecimentos tradicionais, saberes ancestrais, tecnologias e modos de existir dos povos indígenas. Este eixo atua para assegurar direitos sobre patrimônio material e imaterial, promover repartição justa de benefícios e garantir autonomia intelectual.

  • Propriedade Intelectual Indígena: defesa jurídica e reconhecimento dos direitos coletivos sobre saberes e tecnologias tradicionais.
  • Patrimônio material e imaterial: valorização das expressões culturais, histórias, memórias, línguas e práticas comunitárias.
  • Conhecimentos tradicionais, patrimônio genético e repartição de benefícios: acesso regulado a recursos genéticos e repartição justa para os povos detentores dos saberes.

Todos os eixos se conectam e dialogam com três temas transversais essenciais: Gênero e Geracional, Formação e Comunicação, garantindo inclusão, continuidade do conhecimento e diálogo constante com a sociedade.

Gênero e Geracional

Participação ativa de mulheres, jovens e anciões em todos os processos.

Formação

Desenvolvimento contínuo de capacidades e fortalecimento das bases.

Comunicação

Visibilidade das lutas e construção de narrativas produzidas pelos próprios povos indígenas.

A estrutura interna da APIAM começa na Assembleia Geral, nossa instância maior de decisão. É ali que as organizações de base pactuam os rumos, aprovam diretrizes e dão nitidez aos papéis e responsabilidades de cada instância.

A partir desse chão coletivo, atuam o Conselho Fiscal, garantindo acompanhamento e transparência, e o Conselho de Articulação Regional, fortalecendo o vínculo com os territórios. A Coordenação Executiva assume a condução do dia a dia para colocar em prática o que foi deliberado.

Para sustentar essa caminhada, a Coordenação conta com Secretaria Executiva, Articulador Político e Assessoria Jurídica, além da Equipe Técnica, organizada por frentes como Gerência Administrativa Financeira, Gerência de Projetos e Setor de Comunicação.

As gerências e setores da APIAM são fundamentais para a execução das nossas ações. Cada área é responsável por um conjunto específico de tarefas e estratégias, alinhadas às necessidades e demandas de nossas bases. Através de uma gestão compartilhada, buscamos garantir eficiência e clareza nas entregas, sempre respeitando as decisões da Assembleia Geral e da Coordenação Executiva.

GERÊNCIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA

A Gerência Administrativa e Financeira da APIAM é o setor responsável por manter a organização sólida, transparente e funcional, garantindo que todas as ações institucionais sejam executadas com responsabilidade e alinhamento estratégico. Atua na gestão de recursos, controle orçamentário, prestação de contas, processamento financeiro e organização documental, assegurando cumprimento de cronogramas e exigências contábeis.

No âmbito administrativo, o setor coordena logística, infraestrutura da sede, contratos, patrimônio, compras, viagens, folha de pagamento e suporte aos demais setores, assegurando fluidez nos processos internos. Sua atuação é essencial para que a organização permaneça estruturada e preparada para responder aos desafios e demandas dos territórios indígenas no Amazonas.

Ana Flávia Almeida

Maxline Filgueira (Povo Mura)

GERÊNCIA DE PROJETOS

A Gerência de Projetos é responsável por planejar, coordenar e executar iniciativas alinhadas à missão institucional da APIAM. Atua no desenho técnico, político e financeiro de projetos, na captação de recursos, no monitoramento de resultados e na articulação com parceiros estratégicos. Sua atuação fortalece a sustentabilidade das ações no médio e longo prazo e contribui para a formação e autonomia das organizações indígenas da rede.

O setor opera por meio de núcleos integrados que atuam na elaboração de propostas, gestão administrativa, sistematização de resultados e formação técnica e política. A gerência oferece suporte direto às regiões e organizações indígenas, auxiliando na escrita, execução, prestação de contas e avaliação de projetos, além de desenvolver metodologias participativas, indicadores de impacto e processos de formação continuada.

Ana Paula Diniz

Roma Baré

Alysson Munduruku

SECRETARIA EXECUTIVA

A Secretaria Executiva da APIAM é o núcleo responsável por articular o fluxo institucional, garantindo organização, memória documental e circulação de informações entre governança, gerências, projetos, organizações indígenas e parceiros externos. Atua como eixo integrador que sustenta os processos internos, acompanhando encaminhamentos, agendas, prazos, emissões documentais e comunicação administrativa.

Entre suas funções estão a gestão documental (física e digital), elaboração e padronização de documentos, organização de reuniões, registro de memórias e sistematização institucional. A secretaria também é responsável pela logística de viagens e agendas territoriais, triagem de demandas, apoio à comunicação interna e acompanhamento do planejamento, monitoramento e avaliação.

Claudia Soares Baré (Povo Baré)

Hiago Tukano (Povo Tukano)

SETOR DE COMUNICAÇÃO

O Setor de Comunicação da APIAM é responsável por fortalecer, proteger e amplificar as narrativas dos povos indígenas do Amazonas. Sua atuação assegura que a comunicação seja feita a partir do olhar dos próprios povos, registrando histórias, denúncias, saberes e conquistas de forma ética, culturalmente referenciada e politicamente estratégica.

Entre suas funções estão a produção de conteúdos institucionais e informativos, cobertura de mobilizações, registro audiovisual, gestão de redes sociais e diálogo com imprensa parceira. O setor também promove formação de comunicadores indígenas e estratégias de comunicação comunitária, ampliando a visibilidade dos povos e a incidência política da APIAM em nível local, nacional e internacional.

Robson Baré

Paulo Victor Bastos

SETOR JURÍDICO

O Setor Jurídico da Articulação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (APIAM) atua como guardião dos direitos territoriais, culturais e socioambientais dos povos indígenas do estado. Seu trabalho se fundamenta na construção de segurança jurídica, fortalecendo a governança das organizações, a defesa de seus territórios e a incidência qualificada em políticas públicas. Com atuação consultiva e contenciosa, o setor contribui para o desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental e a ampliação da autonomia das bases indígenas.

A equipe é formada por profissionais indígenas e indigenistas com expertise em direito constitucional, ambiental e indigenista, conduzindo análises regulatórias, advocacy, litígios estratégicos, licenciamento ambiental e incidência internacional em direitos humanos. Entre suas frentes principais estão: fortalecimento institucional e compliance, monitoramento legislativo, segurança fundiária e demarcação, defesa judicial, produção de pareceres técnicos, denúncia de violações e participação ativa em espaços globais como CIDH e ONU.

O atendimento às demandas é realizado por meio de protocolo administrativo, garantindo rastreabilidade, celeridade e priorização de casos de impacto coletivo, especialmente os relacionados a conflitos territoriais, ameaças a lideranças e violações ambientais.

Ellen Batista Sateré-Mawé

Paulo Pankararu

Rafael Campos

Nada disso se sustenta sozinho. A caminhada da APIAM é fortalecida por parcerias que reconhecem e respeitam a luta dos povos indígenas no Amazonas, apoiando a defesa dos territórios, a autonomia das organizações e a construção de futuro com justiça.

A seguir, apresentamos as instituições parceiras e financiadoras que caminham junto com a APIAM.